quinta-feira, 29 de março de 2007

Da minha janela:

O sol nasce sempre cedo, levanta-se e deita-se primeiro do que qualquer pé descalço. Ilumina as ruas sujas, reflectindo-se, de quando em vez, nos estilhaços de vidro (provocados pelas explosões no Paiol) que permanecem e permanecerão nos passeios esburacados. As bancas de fruta começam a surgir e o movimento acorda os poucos que ainda dormem... Casas herdadas da colonização, enfeitam a imagem de cidade ditada ao abandono. Os prédios, na sua maioria antigos traçam um cenário dantesco. Num contraste forte com o cimento surgem as acácias carregadas de pequenas flores vermelhas, pintando a cidade com um tom vermelho e verde alegre.

Os dentes brancos agitam-se pela cidade em envergonhados sorrisos, como quem pede 5 meticais para o Chapa. As capulanas, balançadas pelo vento, prendem a atenção dos recém chegados à antiga Lourenço Marques....

(...)Fecho a janela, visto uma roupa importada e vou trabalhar.
30 Março 07